domingo, 6 de setembro de 2009

Laços fora, soldados


A permanência no Brasil de um herdeiro do trono português desagradou profudamente as Cortes de Lisboa, que tinham como objetivo restabelecer o poder de Portugal sobre a colônia. Enquanto isso, consolidava-se no Brasil três correntes políticas, o Partido Português - se reuniam todos os que queriam a antiga subordinação colonial à Portugal -, o Partido Brasileiro - consistia basicamente em manter o Brasil como reino unido a Portugal - e os Liberais Radicais - pregava imediata independência do Brasil.
Em fins de 1821, quando ficou claro o projeto das cortes de impor ao Brasil o status de colônia, os Liberais Radicais se uniram ao chamado Partido Brasileiro no esforço de manter D. Pedro no Rio de Janeiro. A primeira vitória do Partido Brasileiro contra as cortes foi o Dia do Fico, em 09 de janeiro de 1822. Nessa data, D. Pedro recebeu um manifesto com mais de 8.000 assinaturas pedindo a ele que desobedecesse as ordens de Portugal e ficasse no Brasil. Ao receber as listas, afirmou que ficaria.
Os políticos de Portugal não desistiram, continuaram enviando cartas exigindo o retorno do principe. A segunda vitória ficou conhecida como "Cumpra-se", D. Pedro assinou um decreto determinando que qualquer ordem vinda de Portugal só seria obedecida no Brasil mediante o cumpra-se do principe regente.
Meses depois, às margens do riacho do Ipiranga, D. Pedro recebeu duas importantes cartas: uma das cortes portuguesas e outra de José Bonifácio. A carta das cortes ameaçava mandar tropas caso o regente não regressasse imediatamente, a carta de Bonifácio continha um aviso: "Só existem dois caminhos: ou voltar para Portugal como prisioneiro das cortes ou proclamar a independência tornado-se o imperador do Brasil."
Em 7 de setembro de 1822, com o Grito do Ipiranga, oficialmente o Brasil conseguia sua independência política. Embora tenha sido de grande valor, este fato não provocou rupturas sociais no Brasil, o povo mais pobre sequer acompanhou ou entendeu o significado da independência.
A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda permaneceu desigual. A elite agrária, que deu suporte a D. Pedro, foi a camada que mais se beneficiou.

8 comentários:

  1. As trocas de poderes, por grito ou por armas,nunca trouxe as mudanças que a população brasileira precisava, D. Pedro conseguiu a idependência para o Brasil, porém quem teve que pagar a conta foi a população, já que ele contraiu uma dívida com a inglaterra para pagar uma indenização repugnante aos portugueses.

    O Brasil nunca se tornou independente de fato, sempre teve alienado a economias externas, primeiro Portugal, depois Inglaterra e finalmente os EUA.

    De la pra cá as dívidas externas aumentaram os latifúndios continuaram intócavel e a população do campo sempre reprimida fortemente.

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  3. Nessa postagem fala que as cortes de Lisboa não estavam satisfeitas com o longo tempo em que o herdeiro do trono português passou no Brasil. Enquanto isso no país, firmou-se três partidos políticos (Partido Brasileiro, Liberais Radicais e Partido Português). Após isso, ficou claro o projeto das cortes de impor ao Brasil o status de colônia, os Liberais Radicais se juntaram ao Partido Brasileiro com o intuito de manter D. Pedro no RJ. Na data em que ocorreu a primeira vitória do Partido Brasileiro, D. Pedro recebeu uma carta com muitas assinaturas, pedindo a ele que contrariasse as ordens de Portugal e ficasse no Brasil. Ao receber, afirmou que ficaria.
    Mas meses depois, D. Pedro recebeu duas importantes cartas, uma das cortes portuguesas e outra de José Bonifácio nelas, havia um aviso que ameaçava mandar tropas caso o regente não voltasse e na de Bonifácio avisava que ou ele voltava para Portugal como prisioneiro das cortes ou proclamava a independência tornado-se o imperador do Brasil.
    Em 7 de setembro de 1822, o Brasil conseguiu sua independência política. Embora este fato tenha sido de grande valor, não provocou quebras sociais no Brasil, com povo mais pobre sequer tinha como acompanhar ou entender o significado da mesma. A estrutura agrária não foi afetada, a escravidão e a renda desigual continuou. E não podemos esquecer da elite agrária, que deu suporte a D. Pedro e foi retribuida.

    Componentes: Náira Verena, Halliny e Mayelle.

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  4. É interesante resaltar que no final de agosto de 1822, D. Pedro deslocou-se à província de São Paulo para acalmar a situação depois de uma rebelião contra José Bonifácio. Apesar de ter servido de instrumento dos interesses da aristocracia rural, à qual convinha a solução monárquica para a independência, não se deve desprezar os seus próprios interesses. O Príncipe tinha formação absolutista e por isso se opusera à Revolução do Porto, de caráter liberal. Da mesma forma, a política recolonizadora das Cortes desagradou à opinião pública brasileira. E foi nisso que se baseou a aliança entre D. Pedro e o "partido brasileiro". Assim, embora a independência do Brasil possa ser vista, objetivamente, como obra da aristocracia rural, é preciso considerar que teve início como compromisso entre o conservadorismo da aristocracia rural e o absolutismo do Príncipe.D. Pedro recebeu uma carta com ordens de seu pai para que voltasse para Portugal, se submetendo ao rei e às Cortes. Vieram juntas outras duas cartas, uma de José Bonifácio, que aconselhava D. Pedro a romper com Portugal, e a outra da esposa, Maria Leopoldina.Impelido pelas circunstâncias, D. Pedro pronunciou a famosa frase "Independência ou Morte"!, rompendo os laços de união política com Portugal.
    Componentes;Caique C.,Ellen Priscila,Flávia F.,Hiago,Ludmila L.,e Kaiky S.

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  5. O processo de ruptura entre Brasil e Portugal foi incompleto sim. Isso ninguém questiona. As elites se beneficiaram diversas vezes em nossa história dos processos tidos como "revolucionários" e em seguida forçavam a permanência do que lhe era favorável.
    Entretanto uma pergunta que faço a mim mesmo várias vezes e que pode ser útil ao debate é: Por que o povo nunca buscou por se só mudar as estruturas que lhes oprimia?
    No meu entendimento a maior parte da população, diga-se de passagem a mais pobre e mais necessitada,se omitiu todas as vezes em que sua atuação era precisa e hoje paga por essas más escolhas. O que tem de se buscar é mudar esse espírito "pacífico" das futuras gerações para que estas se posicionem melhor do que seus antepassados.

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  6. É facil ver que a independencia do Brasil foi liderada pelas elites, que estavam interessadas em manter a liberdade de comercio e ampliar a autonomia obtida no tempo de D. Joao, e com o povo afastado da politica eles conseguiriam conservar seus privilegios. A não participação popular foi decorrencia natural da formação social brasileira, o que é um fato importante.

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  7. O 7 de setembro foi comemorado em muitas partes do Brasil, mas a independencia não foi aceita em todas as provincias brasileiras. Militares e politicos portugueses fieis a Lisboa continuaram controlando a Bahia, o Grão-Pará, o Maranhão, o Piaui e a Cisplatina. Nessas provincias, o povo pegou em armas para combater as forças portuguesas, contando com a ajuda de militares enviados por D. Pedro I. As lutas duraram cerca de dois anos, e os portugueses deixaram o Brasil em 2 de julho de 1823.

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  8. Outro fato importante é o reconhecimento da independencia por parte das nações estrangeiras. O primeiro país a reconhecer a independencia foram os Estados Unidos. A notícia da separação do Brasil de Portugal não foi bem recebida na Europa, os países absolutistas da Santa Aliança - Austria, Prussia e Russia - ameaçavam invadir o Brasil e devolvê-lo a Portugal, por outro lado tinham uma forte aliada : Inglaterra, que exigiu a renovação do Tratado de Comercio e Navegação por mais 15 anos pra reconhecer a Independencia. Portugal fez varias exigencias para aceitar a separação com o Brasil, entre elas o pagamento de indenização.
    Depois dos entendimentos, foi reconhecida a emancipação política do Brasil.

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